quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Fugir de mim

É como se precisassemos sempre estar fugindo. O tempo parece sempre estar quase no fim. Acendam as luzes, e vamos ver o que há por aqui mesmo. O tempo esta acabando com toda aquela vontade...não há tempo de voltar a casa. Porém, eu sei que tudo isso no fundo é de mentira. Essa casa, esse gesto de desapego, esse beijo roubado... Abrir os olhos juntos pra tudo que há pela frente, vamos encontrar nós mesmos nús no asfalto da rua da frente, com a chuva a molhar os cabelos e a tornar a vida mais real. Então eu te toco e o tempo que fugia de mim... para. Me percebo ali sozinho sem você e sem ninguém. Já é tempo de mudar de rosto e não deixar os anos desbotarem nossos sonhos. Esse é só o começo de tudo, e o presente é ser o que há de ser, debaixo da chuva , fora de mim, com o coração partido nas mãos suadas, seja como for...nada supera esse tempo de agora, tempo de viver e arriscar tudo que trazemos nos bolsos, sejam lembranças ou qualquer trocado de amor. Por isso vou atravessar aquela porta e deixar o vento bater no meu rosto, pra que eu sinta o gosto da liberdade por um instante. E nele vou me prender e então vou estar mergulhado em mim, e todos os passaros me levaram pro sul dos meus desejos, lá é onde eles se escondem e ainda há muito tempo pra encontra-los perdidos entre meus sonhos e medos como se não soubessem pra onde ir sem mim. Só me resta fugir pra lá, pra mim, pra cá...seja como for, o que me resta é o grito.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Trocar de casa

Vamos mudar as roupas de armário, eles já estão fartas de mim. É como se essa realiade toda tivesse encolhido. preciso tirar os sapatos e comprar um passagem pra qualquer lugar. Ainda é tempo de mudar, pra não se perder... Essas roupas nao servem mais em mim, tenho que fugir e encontrar algum dia amarelo não preciso de cinco minutos. Vamos mudar a cara, o gesto e pegar o primeiro chinelo na porta. As batidas se descompassam com o passar das horas atarvés das minguantes luas viajarei a procura não querendo nunc encontrar. Não vamos mudar de planos como quem muda de camisa. E toda essa melodia ecoa nas paredes ...tão só Eu aqui escutando a mesma musica, na mesma cadeira vermelha. Com a mesma cara desbotada. O gosto do jantar de ontem ainda está na nossa boca. Desisto disso aqui.