segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Narcisos

O risco que se corre nessa vida é de não estar aqui. chegar no alto antes mesmo da morte, ser estrela, sol, céu. Lá se vão os melhores, que nos deixaram pra viver em paz. Sozinhos ficamos nós nadando contra o tempo, a mentira e a solidão. Desfaz em mim todos as mágoas de ser alguém e não chegar.Chegar aonde? Se o mais dificil nisso tudo é se encontrar? Percorro meus desejos secretos, silenciados por fingir não me importar..Se importe com o vento que bateu no teu rosto filho, isso é deus te chamando pra dançar, uma dança com cores e sem pudor. A vida é mesmo uma roça de narcisos. Pobres almas de gentes desnudas, que vagam pela sombra. Deixei o chão e agora broto em minha vontade de ganhar o céu. Sou asa de maio, e maior é meu coração...e coisa e tal. Beijei com gosto aquele rosto amarelo de quem eu amei. E agora não morro, não sofro, não sou mais ninguém. Venham pra perto de mim, seja estrela, tema a vida e tudo que possa parecer normal. Ninguém sabe o que são rosas murchas em lugares esquecidos, esses lugares estão por dentro...mas quem se importa? O risco que se corre é de não querer fluir. Como as correntezas da esperança estarei lá no final, tomando banho de cachoeira, em um jardim de inocência ou de margaridas. Não esperarei por lá, voarei pra outros mares e vendaváis! Morrerei as 8, antes mesmo do jantar. Mas não chorarei por isso, derramarei por não ter encontrado o meu risco. A minha corda bamba, o que me faz estar aqui e em nenhum outro lugar em preto e branco.