sábado, 26 de junho de 2010

Não

não querer ir até a margem e olhar o fim de longe.
não hesitar e resistir ao nada.
como o último a não chegar, como o que não foi nem será.
não ser a mão que puxa nem a que se lava.
o estar entre eu e meu ego.
o não é o que vigia e nada é algo agora em mim.
somos assim, como figuras apagadas de um gibi sem páginas.
nossas cores desbotadas nos afagam em nosso leito de amor.
floridos dentes de cólera, limpidos desejos de morte.
o que deixa e o que faz deixar.
não é desistir é não chegar a desidir.
é assim, agora e já vai passar. como tu e eu . tudo já vai passar.

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