segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Madrugadas Desdormidas

De quem é a mão te que afaga? De quem é o beijo molhado? E vem a delícia do sexo e depois passa. Fica em mim as madrugadas desdormidas. De quem é o cheiro e o lençol amarrotado? Quem diz palavras doces e te faz largar tudo? E sobra o silêncio do teto, dos vitrais vendo o sol raiar pra masi um dia de vazio. Vejo o horizonte mas não vejo quem me abraça infinitamente. De quem é o gosto que ficou madrugado pra sempre? E vagueio enfim à procura da rotina que me envelhece. Sou de pele e por isso sinto. Desde aquele tempo de saudade até a derradeira loucura de não poder mais. Ouço agora meu estomago oco, nem bicho nenhum. Ouço meu sangue que vasculhas veias aprocura de migalhas esquecidadas para dizer ao coração frases doces. Não te vejo partir. Mas sinto teu adeus e desabo. Percorro toda a queda, ainda resta esperança. Mas caio em minhas desculpas. Sofro, mas lembro. E tua lembrança me faz te ter ao lado. Agora você é perto e tão longe e vice-versa, tanto faz. POis o sons de sua boca ainda andam por aqui. Quem me rouba a vontade nessa tarde de dezembro? É a mesma vontade que me movia à algumas horas. Sou só. Sou todo silêncio. Sou a gravidez do homem que não vê a hora de ser dono de si e de sua insanidade. Agora vou voar. Me esperem, um dia eu chego até quem me deixou o desejo de ir atras dos meus lindos sonhos dessas madrugadas desdormidas.

Um comentário:

  1. "Sou só. Sou todo silêncio. Sou a gravidez do homem que não vê a hora de ser dono de si e de sua insanidade."

    Muito bonito! Feliz de conhecer seu blog!

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