segunda-feira, 11 de março de 2013

Embrulhado

Não há no mundo tantas razões. Preciso vestir alguma coisa que me de sentido. Abraçar um filho ou chorar num colo qualquer. Preciso de novos olhos e outras garras que estas já não seguram meu copo d'água. A chama de ser pulsante se apagou em mim... E agora se eu parar pra pensar enlouqueço de vez. Por isso canto. E as sombras do meu ego se desfazem com os sóis. Sou sol agora. E queimo em mim, minhas tristezas, minhas lamurias e indecisões. Sou todo de sal e sol, sou em mim o que outrora era em muitos. Por isso sangro. E como se faz difícil a hora de liberdade. O grito entalado, o rosto enrugado e a chuva. Preciso de novas chuvas que banhem meus lamentos e me levem pra outros mares. Não há tantas razões neste mundo, por isso mato e moro. Levanto, ando e moro. Sou feito ar languido e os suspiros de paixão esquecidos. Não respiro. Me custa essa aflição. Preciso de um beijo, mesmo que em despedida. Mesmo que em ilusão. Agora é tempo de afogar essa dor embrulhada. Não há razão sequer pra tantos joelhos às pedras. Nem pó, nem chão. Vagamos seguros que não há lugar algum. E outra vez a mesma tormenta de desapegos. Por tudo, muitas vezes sou eu que choro.

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